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DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart

by Claudio Erlichman. Now on stage at Teatro Santander, the production runs until November 30th.

By: Sep. 27, 2025
DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart  Image


More than four decades after its New York debut, one of the biggest hits in Broadway history, winner of six Tony Awards and two Grammys, later adapted into the Oscar-winning 2006 film, Dreamgirls arrives in Brazil for the first time in a lavish Brazilian production that proves why this show remains a landmark of musical theater. Since July 31st, Brazilian audiences have been able to see a blockbuster production at the Teatro Santander, located in the JK Iguatemi Complex in São Paulo, and experience the story of a group of 1960s singers on their quest for success. The musical is both a celebration of Motown’s golden era and a sharp-eyed look at ambition, compromise, and the price of fame.

DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart  ImageChosen through auditions held with hundreds of participants in March, the cast features 25 multi-talented artists. Starring in the lead roles are actress, comedian, and singer Samantha Schmütz as Lorell Robinson; Letícia Soares as Effie White; and Laura Castro as Deena Jones, the three members of the trio The Dreams. Singer-songwriter Toni Garrido will alternate as actor, comedian, director, and voice actor Robson Nunes in the role of Curtis Taylor Jr., a character inspired by the founder of the Motown record label, and Reynaldo Machado will play Jimmy Early, inspired by famous R&B singers such as James Brown and Little Richard.

With book and lyrics by Tom Eyen (1940-1991), music by Henry Kieger, original choreography by Michael Bennett (1943-1987), and arrangements by Harold Wheeler, the show in Brazil is directed by Gustavo Barchilon, with musical direction by Gui Leal, and choreography by Rafa L. The translation and version is by Bianca Tadini and Lucianno Andrey. The show is co-produced by Atual Produções (by Júlio Figueiredo and Bárbara Guerra), BARHO (by Thiago Hoffman and Gustavo Barchilon) and B Creative.

DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart  Image
The Dreamgirls (right to left): Samantha Shmütz (as Lorell),
Laura Castro (as Deena) and Letícia Soares (as Effie).
photo by Mare Martin.

Mais de quatro décadas após sua estreia na Broadway, Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho chega ao Teatro Santander em uma luxuosa produção brasileira que prova por que este espetáculo continua sendo um marco do teatro musical. Vencedor de seis prêmios Tony e dois Grammys, adaptado posteriormente para o cinema no filme de 2006 que foi premiado com dois Oscars, o musical é ao mesmo tempo uma celebração da era de ouro da Motown e um olhar atento sobre ambição, concessões e o preço da fama.

Nestes quase trinta anos que venho escrevendo sobre teatro, em particular teatro musical, praticamente metade apresenta artistas como personagens centrais. Desde biográficos (Bibi – Uma Vida em Musical, Tom Jobim Musical, Funny Girl – A Garota Genial, Jersey Boys) a clubes de strip-tease (Ou Tudo ou Nada ), do cinema (O Beijo da Mulher Aranha, Cantando na Chuva, Sunset Boulevard), ao circo (Barnum – O Rei do Show) e até mesmo sobre drag queens (Priscila, a Rainha do Deserto), o show business provou ser um cenário natural para explorar os temas do sucesso, do fracasso e da busca pela felicidade. Boates (Cabaret, Tatuagem), bastidores da tevê (Hebe, o Musical, Sílvio Santos Vem Aí!, Bom Dia sem Companhia) e os próprios shows (A Chorus Line, [o nome do espetáculo]) forneceram bastante pano de fundo - e algumas ótimas desculpas para números musicais.

Concorrendo cabeça a cabeça com Gypsy, indubitavelmente o maior musical de todos os tempos sobre o show business, é Dreamgirls, a obra prima de Michael Bennett (1943-1987) que vem a seguir. De fato, o motif, o tema recorrente que se repete durante todo o musical é “Showbiz. É só showbiz”, da mesma forma que o tema I Had a Dream é recorrente em Gypsy. Contar a história da ascensão, queda e ascensão novamente de um grupo de artistas negros nas décadas de 1960 e 70 deu a Michael Bennett a chance de usar o som da Gravadora Motown que ele amava enquanto crescia na cidade de Buffalo e os movimentos que ele absorveu trabalhando como um jovem dançarino no programa de televisão Hullabaloo.

DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart  Image
Reynaldo Machado is the show's big sensation
as the flamboyant Jimmy Early.
photo by Mare Martin.

A abertura do show é esplendorosa e começa com três moças em trajes prateados. Apresentadas como as Stepp Sisters, elas começam a cantar I’m Looking for Something e a plateia pensa: “Ah, aqui estão as garotas das quais vamos seguir a história”. Não. As verdadeiras estrelas do show entram em seguida, de lenço na cabeça, sobretudo e malinhas na mão, atrasadas para o concurso de talentos do lendário Teatro Apollo, de Nova Iorque. Durante os quinze minutos seguintes nós conhecemos todos os principais personagens de Dreamgirls, aprendemos sobre suas ambições, presenciamos o início dos relacionamentos que irão se desenrolar ao longo das próximas duas horas e meia, enquanto o show no Apollo continua no palco, com os concorrentes agora atuando para a parede do fundo enquanto assistimos dos bastidores. Depois que as Dreams (então as Dreamettes) perdem a competição, elas se preparam para pegar o ônibus de volta para Chicago. O ambicioso vendedor de Cadilaques Curtis Taylor Jr. se aproxima e oferece a elas um trabalho como backing vocals para o cantor James “Thunder” Early o qual Curtis nem ao menos agencia. Para resumir tudo, na explicação mais bem posta de todos os tempos, Lorrell, a mais amável das Dreamgirls declara com toda ingenuidade: “Show business com certeza tem muitos altos e baixos!”. E lá vão elas, em turnê com Jimmy Early, enquanto observamos suas roupas melhorarem e seus passos se tornarem mais elegantes. À medida em que as apostas aumentam, nossa voz principal do trio, Effie, é primeiro empurrada para segundo plano e, finalmente, expulsa do conjunto sem cerimônia.

Com Dreamgirls, que estreou na Broadway em dezembro de 1981, Michael Bennett retornou ao mundo de decepções do show business que já havia explorado em A Chorus Line para criar um novo e eletrizante musical, baseado no enredo de Tom Eyen (1940-1991) sobre a corrupção da inocência, e tendo como pano de fundo a história de Diana Ross e do conjunto The Supremes. Na história real The Supremes, um conjunto vocal dos anos 1960, foi manipulado pelo chefe da Gravadora Motown, Berry Gordy, que descartou a cantora líder Florence Ballard (1943-1976), a favor de Diana Ross, porque Florence não representava a imagem certa que ele queria para o grupo (ela caiu na obscuridade e morreu aos 32 anos de ataque cardíaco após lutar contra a depressão e alcoolismo). Como já dito, no musical é Effie Melody White que é a grande líder de um trio de rhythm and blues sacrificada pela aparência (as outras duas integrantes são Lorell Robinson e Deena Jones), por causa de um astuto empresário que sente que as cantoras – as quais ele batiza de The Dreams – devem oferecer uma apresentação mais glamorosa as capacitando para o filão mais lucrativo do pop. Mas diferentemente da história real, Effie vence as dificuldades e chega ao sucesso em carreira solo. Tudo embalado pela música de Henry Krieger, bem ao estilo dos anos 1960, com excelentes canções.

Este é um musical dramático sobre a obsessão, a ambição e as concessões artísticas, simbolizados pela corrupção da música soul de forma que ela pudesse ser vendida ao público branco, o que é contado figurativamente e às vezes até literalmente através de um grupo de garotas negras o qual um de seus membros vende a alma. Aqui temos além da ambição, o adultério, mentiras, corrupção e traição ao som de um dos melhores scores de todos os tempos da Broadway. A moral da história pretende ser de que quando a juventude branca vem a aceitar a black music, a causa da integração racial é altamente beneficiada. No entanto os verdadeiros heróis são ainda aqueles artistas que se recusam a comprometer a integridade de sua etnia. Tudo isto está expresso em And I Am Telling You I’m Not Going/Não Tem Volta, a canção que se tornou símbolo do musical Dreamgirls.

Para muitos Dreamgirls é o maior musical dos anos 1980, vencendo entre outros prêmios, seis Tony Awards de um total de 13 indicações e dois Grammys: Melhor Álbum de uma peça da Broadway e Melhor Performance Feminina de R&B para Jennifer Holliday justamente por And I Am Telling You I'm Not Going. Adaptado para o cinema em 2006, tendo no elenco Beyoncé, Eddie Murphy, Jamie Foxx e Jennifer Hudson, o filme foi indicado a oito prêmios no Oscar e venceu dois deles, incluindo o de Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Hudson por sua incrível interpretação de Effie, o que já havia ocorrido com Jennifer Holliday, no Prêmio Tony, por este papel.

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Director Gustavo Barchilon gives the show cinematic sweep,
using rotating sets by Natália Lana and dynamic lighting by Túlio Pezzoni
to create seamless scene changes that move with the urgency of a film reel.
photo by Mare Martin.

Co-produzido pela Atual Produções (de Júlio Figueiredo e Bárbara Guerra), BARHO (de Thiago Hoffman e Gustavo Barchilon) e B Criativo, este verdadeiro épico norte-americano estreou com muito sucesso no Teatro Santander, no final de julho. Com direção musical eletrizante de Guy Leal, temos uma verdadeira aula de história da música black americana daquele período, com a batida da Motown, que se repete nas coreografias pulsantes de Rafa L e nos figurinos vibrantes de Fábio Namatame, que juntamente com o visagismo de Dicko Lorenzo, estão muito bem integrados à trama, e são imprescindíveis ao marcar a passagem do tempo e contar a evolução social das personagens através da moda. Também fundamental é a precisão da adaptação brasileira de Bianca Tadini e Lucianno Andrey, que captura tanto a nuance lírica quanto o fogo musical do original de Eyen & Krieger. Canções como One Night Only/ Uma Noite brilham com frescor imediato, ressaltando o apelo atemporal desta trilha. Uma curiosidade: One Night Only, a minha música preferida do show, foi brevemente cortada do musical porque Michael Bennett achou que ela fosse muito judaica. Ela é em tom menor e o oboé no início soa um pouco klezmer. Mas tantas foram as pessoas que ficaram devastadas quando a música foi cortada, incluindo os lanterninhas, que ela foi reposta.

Os cenários de Natália Lana são grandiosos, preenchendo o enorme espaço do Teatro Santander sem prejudicar a atuação dos atores. Para isso ela utiliza de um palco giratório por onde entram e saem as ambientações das cenas. Este cenário inteligente que emoldura o palco integrado com o design de luz inovador e vívido de Túlio Pezzoni, contribuem para que Gustavo Barchilon faça uma encenação espetacular de proporção cinematográfica. Barchilon consegue manter a ação fluindo continuamente, como num filme, com mudanças rápidas no tempo e nos locais da ação, superposições de imagens e ações, close-ups, ângulos invertidos, fades, dando ao show uma velocidade vertiginosa.

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Letícia Soares impresses as Effie White.
Her rendition of the anthem of anguish and devastation I Am Changing,
at the beginning of Act II, is triumphant.
photo by Mare Martin.

O coração desta produção está em seu elenco poderoso. Com um desempenho atrevido, picante, mas profundamente vulnerável temos Letícia Soares no seu melhor interpretando a icônica Effie. Sua rendição no final do Ato I, quando canta Não tem volta/ And I Am Telling You I'm Not Going, como uma ária de desgosto e raiva é de arrepiar e de causar aplausos de pé. Sua interpretação do hino de angústia e devastação Estou Mudando/I Am Changing, no início do Ato II, é triunfante. Outro número que toma a plateia é Ouça/Listen cantado juntamente com Laura Castro. Toni Garrido (Curtis) e Laura Castro (Deena) transformam o dueto Não Quis Te Ferir/ When I First Saw You num confronto devastador, e Samantha Schmütz, como Lorell, provoca um turbilhão de fúria cômica quando ela repreende seu amante casado, em Não Tem Festa/ Ain't no Party. Uma revelação no teatro musical Samantha faz a sua personagem extremamente engraçada e sexy seduzindo a plateia enquanto que Laura interpreta com alegria e jovialidade a bela e recatada integrante que com o passar do show amadurece e se questiona sobre quem realmente é, captando seu conflito interno. Quando todas as três cantam o número-título, você está no Paraíso das Divas! Como uma figura parecida entre James Brown (1933-2006) e Little Richard (1932-2020), Reynaldo Machado é a grande sensação do show no papel do extravagante Jimmy Early, cuja decadência é retratada com humor e pathos, numa atuação fenomenal. Há também um ótimo trabalho de Abrahão Costa como C.C. White, irmão de Effie, compositor do grupo ambicioso e ao mesmo tempo de fala mansa. Num elenco repleto de ótimas atuações também contamos com os talentos de Eduardo Silva (Marty), Thales Cesar (Wayne), Luci Saluzzi (Michelle Morris), Robson Nunes (Curtis Taylor Jr Alternante), Suzana Santana, Edyelle Brandão, Caroll Badon, Larissa Noel, Carol Roberto, Rafael Machado, Edmundo Vitor, Renée Natan, Isaac Belfort, Carol Botelho, Nicole Sacramento, Gabi Germano, Rafa L e Jesus Jadh.

O que faz Dreamgirls - Em Busca de Um Sonho ressoar não são apenas suas canções arrebatadoras ou os deslumbrantes valores de produção, mas sua história: a luta dos artistas negros para preservar a autenticidade diante das pressões comerciais, e a crença duradoura na música como força de identidade, resiliência e liberdade. Esta montagem paulistana não apenas homenageia um clássico da Broadway; ela o reivindica com arte e paixão locais. Para fãs de longa data e novos espectadores, Dreamgirls no Teatro Santander é um lembrete emocionante do porquê vamos ao teatro musical: para sentir alegria, fortes emoções e o irresistível magnetismo de uma grande história contada por meio de músicas inesquecíveis.

DREAMGIRLS Dazzles in São Paulo with Soul, Spectacle and Heart  Image
Dreamgirls creatives (right to left): Gui Leal (Music Direction), Rafa L (Choreography),
Dicko Lorenzo (Visagism), Fábio Namatame (Costumes)
and Gustavo Barchilon (Direction).
photo by Mare Martin.

SERVIÇO:

DREAMGIRLS – EM BUSCA DE UM SONHO

Local: Teatro Santander
Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Classificação etária: 10 anos, menores acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Data: a partir de 31 de julho
Horários:
Quintas-feiras, às 20h;
Sextas-feiras, às 20h;
Sábados, às 16h e 20h;
Domingos, às 15h e 19h
Valores:
VIP: R$ 190,00 meia entrada e R$ 380,00 inteira
PLATEIA SUPERIOR: R$ 125,00 meia entrada e R$ 250,00 inteira
FRISA PLATEIA SUPERIOR: R$ 125,00 meia entrada e R$ 250,00 inteira
BALCÃO A: R$ 90,00 meia entrada e R$ 180,00 inteira
FRISA BALCÃO: R$ 21,00 meia entrada e R$ 42,00 inteira
BALCÃO B: R$ 21,00 meia entrada e R$ 42,00 inteiras
*Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.

INGRESSOS
Internet (com taxa de conveniência): SYMPLA https://bileto.sympla.com.br/event/102867/d/301633

Instagram @dreamgirlsmusical
Facebook – Dreamgirlsmusical

Bilheteria física (sem taxa de conveniência): Teatro Santander. Horário de funcionamento: Todos os dias das 12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos sem taxa de conveniência 24h por dia. Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041.

Descontos:
50% DE DESCONTO | MEIA-ENTRADA: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.
30% DE DESCONTO | CLIENTE SANTANDER – Na compra de ingressos realizada por clientes Santander, limitado a 20% da lotação do teatro. Não cumulativo com meia­-entrada. Limitados a 02 (dois) ingressos por CPF. Esta compra deverá ser realizada com cartões do Banco Santander, para compras on-line somente o cartão de crédito Santander, compras na bilheteria e totem, o pagamento com o desconto poderá ser realizado em débito ou crédito. Verifique em qual setor o desconto está disponível. De acordo com o art. 38, inciso I, da Instrução Normativa nº 1, de 20/03/2017 e com base na Lei Federal nº 8.313 (Lei Rouanet) e Decreto nº 5.761, é proibido comercializar o produto cultural (ingressos) em condições diferentes para clientes Santander, das praticadas ao público em geral.

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