BWW Previews: SENHOR DAS MOSCAS (Lord Of The Flies), Golding's Dark Fable, Receives Musical Version at Teatro do SESI

By: May. 01, 2017
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Senhor das Moscas (Lord of the Flies), a 1954 novel by Nobel Prize-winning English author William Golding opens at Teatro do SESI for free season from May 4 to December 3. With direction by Zé Henrique de Paula, musical direction by Fernanda Maia, cast of 13 actors, and translation by Herbert Bianchi and Zé Henrique de Paula; the story's premise focuses on a group of British boys stranded on an uninhabited island and their attempt to govern themselves, with disastrous results.

"Quando eu era jovem, antes da guerra, tinha algumas opiniões irreais sobre o homem. Mas passei pela guerra e isso me mudou", observou certa vez o escritor e ex-oficial da Marinha britânica William Golding. A desilusão tornou-se evidente em seu primeiro e influente romance O Senhor Das Moscas, publicado em 1954.

Inspirado, em parte, no clássico juvenil de R.M. Ballantyne, The Coral Island (1858), o conto de Golding narra a história de um grupo de alunos internos britânicos que sobrevivem a um ataque contra o avião em que viajava e fica isolado em uma ilha remota, sem a supervisão de adultos. Os meninos se vêm sob duas lideranças naturais: Jack que está sempre preocupado em caçar, matar os porcos selvagens que existem na ilha, organizando sua equipe de caçadores; enquanto que Ralph ocupa-se em deixar uma fogueira sempre acesa, para que possam ser, um dia, salvos. Ralph deseja voltar para o mundo moderno, para a civilização, enquanto Jack cada vez mais rompe seus laços com ela. A situação se torna mais complexa quando aparece um "bicho" para aterrorizá-los. Então as crianças escolhem um símbolo sobrenatural: uma cabeça de porco espetada numa estaca, que eles batizaram como Senhor das Moscas e para quem pedem proteção contra os perigos da ilha.

photo by Giovana Cirne

Se os protagonistas de Ballantyne eram modelos de decência, as crianças de Senhor Das Moscas regridem à selvageria, inclusive a assassinatos ritualísticos, e quase se aniquilam antes de serem salvos por um oficial da Marinha. Quando este os leva em seu cruzador a um mundo em guerra, choca-se com o fato de os meninos não terem seguido o exemplo dos personagens de The Coral Island - ao contrário, têm a mesma crueldade primitiva inscrita no comportamento de homens e nações.

Em um nível alegórico, o tema central é o conflito de impulsos humanos em direção à civilização e a organização social - vivendo por regras, pacificamente e em harmonia - e em direção ao desejo do poder. Os temas incluem a tensão entre agrupamento e individualidade, entre reações racionais e emocionais, e entre moralidade e imoralidade. O nome "Senhor das Moscas" vem do hebraico e é uma tradução literal de Belzebu (Ba'al Zebub), que é um sinônimo para o Diabo.

photo by Giovana Cirne

Embora não tenha sido um grande sucesso no seu lançamento, o livro logo se tornaria um best-seller nos anos 1960, diante dos sentimentos antibélicos e das ameaças nucleares ao futuro da humanidade sendo geralmente lembrado como um clássico da literatura do pós-guerra, ao lado de A Revolução dos Bichos, de George Orwell e O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger. Em 1963 a fábula sombria de Golding foi filmada por Peter Brook (e outras duas vezes para o cinema: em 1975 por Lupita A. Concio - no cinema filipino, e em 1990 por Harry Hook), e o autor assumiria o seu lugar no panteão literário da língua inglesa, ao lado de obras-primas como No Coração Das Trevas, de Joseph Conrad, e 1984, de George Orwell. Sir William Golding recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1983.


Sobre a encenação - por Zé Henrique de Paula
"O Senhor das Moscas" é um clássico da literatura inglesa - escrito em 1954, em plena Guerra Fria, o romance se tornou um dos mais importantes do século XX e deu a William Golding um Prêmio Nobel de Literatura. Mas o que existe nele que ainda possa nos interessar e, mais ainda, provocar interesse no jovem de hoje em dia?
Felizmente, a obra sobreviveu ao tempo e está mais atual do que nunca. Em tempos de grande agitação política, de ídolos instantâneos e de fluidez de identidade (especialmente entre os adolescentes), as aventuras de Jack, Ralph, Simon e Porquinho e seus dilemas éticos, morais e afetivos parecem ter sido escritos para o Brasil do século XXI. Como numa saga shakespereana em que há drama, comédia, luta, morte, natureza, aventura e religião - tudo junto numa só história - queremos dar combustível à peça através de uma de suas principais características: a velocidade e a ferocidade dos acontecimentos.
Há muito esse binômio ritmo acelerado/violência tem frequentado o cinema, as graphic novels, o videoclipe. No teatro, o fenômeno é sazonal: visitou os palcos na era elisabetana, reapareceu pontualmente em alguns momentos do século XX. Pois é esse binômio que queremos explorar, acreditando ser a matéria prima que trará à tona os grandes eixos temáticos da obra de Golding - a essência verdadeiramente bestial do ser humano; a luta pela civilização; a formação dos partidos (em sentido mais amplo, não o meramente político); o sentido de amizade, lealdade e a criação dos vínculos afetivos; a natureza do misticismo, a necessidade dos deuses e da epifania espiritual na vida dos homens.
O Núcleo Experimental tem como base de seu trabalho o ator. Aliado à síntese de elementos cênicos e à busca de bons textos, o trabalho dos atores é o foco de nossa pesquisa cênica. Pesquisamos a expressividade da ação física, o sentido de coesão e união cênica e, paralelamente, experimentamos os possíveis usos para a música e o canto no acontecimento teatral. Todos esses elementos permeiam a encenação de "O Senhor das Moscas", já que buscamos uma encenação limpa, de poucos elementos, com iluminação e música com alta significação cenográfica e direcionada aos quatorze intérpretes das crianças criadas por William Golding. Ele que é o nosso protagonista, uma vez que acreditamos que não há bom teatro se não iluminarmos, antes de mais nada, as ideias do autor.

SERVIÇO:

Lord of the Flies rehersal: Davi Tápias, Ghilherme Lobo, Lucas Romano, Paulinho Ocanha, Arthur Berges, Rodrigo Vellozo, Thalles Cabral, Bruno Fagundes and Felipe Ramosem
photo by Giovana Cirne

Elenco:
Arthur Berges
Bruno Fagundes
Davi Tápias
Felipe Hintze
Felipe Ramos
Gabriel Newman
Ghilherme Lobo
Lucas Romano
Paulo Ocanha Jr.
Pier Marchi
Rodrigo Caetano
Rodrigo Velozo
Thalles Cabral
Stand-in: Gabriel Malo, João Paulo Oliveira e Luiz Rodrigues

Ficha Técnica:
Texto: Nigel Williams
Tradução: Herbert Bianchi e Zé Henrique de Paula
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical e preparação vocal: Fernanda Maia
Preparação de atores: Inês Aranha
Coreografia: Gabriel Malo
Cenografia: Bruno Anselmo
Figurinos: Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Design de som: João Baracho
Assistente de direção: Rodrigo Caetano
Diretor residente: Lucas Farias
Assistentes de figurino: Danilo Rosa e Leandro Oliveira
Design gráfico e videos: Laerte Késsimos
Coordenação de produção: Claudia Miranda
Produção executiva: Louise Bonassi
Assistentes de produção: Laura Sciuli e Mariana Mello
Fotos: Giovana Cirne

Serviço
4 de maio a 3 de dezembro de 2017
Teatro do SESI
Avenida Paulista, 1313
Quinta a sábado às 15h.
Domingos às 14h30.
90 minutos
14 anos
Grátis



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