BWW Reviews: Now in Brazil, SIM! EU ACEITO! UMA COMEDIA MUSICAL

By: Mar. 20, 2015
Get Access To Every Broadway Story

Unlock access to every one of the hundreds of articles published daily on BroadwayWorld by logging in with one click.




Existing user? Just click login.

BWW REVIEWS: Now in Brazil, SIM! EU ACEITO! - UMA COMEDIA MUSICAL - title in Portuguese for I DO! IDO! -, receives its first staging outside the United States.

I Do! I Do! opened on Broadway in 1966, with lyrics by Tom Jones and music by Harvey Schmidt, starring Robert Preston and Mary Martin, with eight Tony nominations, winning best actor. Who gave life to the couple in the American tour were the heartthrob Rock Hudson and comedian Carol Burnett. This great classic of musical theater debuts in Sao Paulo for a two months season.

NOTA: Essa resenha pode estar publicada em mais de uma página.

O produtor David Merrick, um dos mais bem sucedidos da Broadway, resolveu inovar e em 1966 reunindo Mary Martin e Robert Preston, dois dos maiores astros do teatro musical, para fazerem um show contraditório ao que se espera da Broadway. Eram os dois únicos personagens em um único e simples cenário: o quarto de dormir do casal. O show chamou-se I Do! I Do! e foi baseado na peça Uma Cama De Quatro Colunatas (The Four Poster - 1951), da americana Jan de Hartog. A peça original foi encenada por diversos pares de casais casados na vida real como Jessica Tandy & Hume Cronyn no palco, e Rex Harisson & Lilli Palmer nas telas, sob direção de Irving Reis, recebendo por aqui o título de Leito Nupcial (1952). No Brasil a peça foi montada diversas vezes e estrelou os atores Cacilda Becker e Jardel Filho (1954), Daisy Santana e Fernando Villar (1959), Miriam Mehler e Tony Ramos (1976) e com o nome de Tudo na Cama, em 1974, estrelou Dercy Gonçalves. Os astros do musical, Martin e Preston, eram casados, mas não um com o outro.

O enredo, uma ambiciosa empreitada, cobre 50 anos na vida conjugal do casal Agnes & Michel (do fim do século XIX à década de 1940), do dia do seu casamento até o dia em que eles, já velhos, mudam de casa. No meio disso nos é contado em duas horas os seus problemas de infidelidade, dos filhos, das incompatibilidades, da velhice; ao mesmo tempo em que o casal curte as alegrias da vida.

No último dia 13 de março, estreou no Teatro Gazeta, após temporada no Rio de Janeiro, a versão nacional do musical com o título de Sim! Eu Aceito! onde em vários instantes poderemos ouvir exclamações de "Hã hã!" da plateia reconhecendo momentos similares de suas próprias vidas quando, por exemplo Diogo Vilela canta "O Pai da Noiva" ("My Daughter is Marrying... An Idiot!"). As músicas compõem um score que se assemelha com o que há de melhor no trabalho de comediantes de stand up na medida em que a plateia é refletida num espelho, permitindo nos deleitar na universalidade das nossas experiências e sentir o agradável choque da identificação. É claro que não faz mal algum ter à frente os talentos de Diogo Vilela ("Cauby, Cauby", "A Gaiola das Loucas") e Sylvia Massari ("Yentl", "Evita"). A montagem com direção de Cláudio Figueira tem muita energia com os atores em cena praticamente o tempo todo, enquanto as cinco décadas da relação do casal vai passando na nossa frente, usando pouquíssimos artifícios de maquiagem e se apoiando mais em perucas, figurinos e na expressão dos atores. A primeira vista pode-se pensar que o público se cansaria de um musical com somente duas pessoas em cena, mas Tom Jones & Harvey Schmidt (os mesmos autores de The Fantasticks, peça recordista de permanência em cartaz na Broadway) reservam várias surpresas em suas respectivas mangas. Schmidt varia seus ritmos e melodias maravilhosamente enquanto que Jones nos dá letras ricas e poéticas e algumas também extremamente engraçadas, bem vertidas para o português por Flávio Marinho, como em "Ninguém é Perfeito" ("Nobody's Perfect") e "Um Fato Muito Conhecido" (A Well Known Fact"), esta com direito a número de sapateado de Diogo Vilela. Dentre as canções românticas indispensáveis temos o grande sucesso "My Cup Runneth Over" que aqui é cantada com o nome de "Eu Transbordo de Amor". A partitura difícil, escrita originalmente para dois pianos, é muito bem executada ao vivo pelos pianistas Priscilla Azevedo e Marcelo Farias, no fundo da plateia, que dão um show à parte.

Lidando com arquétipos de forma muito humana o show foi um grande sucesso na época o que se deve ao fato de retratar um casamento com absoluto realismo, tornando o espetáculo universal e de fácil compreensão, além de atemporal, já que qualquer casal é capaz de se reconhecer no palco, pelo menos em alguma situação das que passa no cotidiano de suas vidas.

Serviço:

Local: Teatro Gazeta
Endereço: Avenida Paulista, 900 - Térreo (Próximo da estação Trianon-Masp do Metrô) (Cerqueira César)
Tel.: (11) 3253-4102
Quando: De 13/03 até 31/05/15 - Sextas e Sábados, às 21h; Domingos às 18h
Quanto: R$70 e R$80
Duração: 1h50, com um intervalo de 10 minutos.
Censura: 10 anos
Lotação: 700 lugares
Horário da Bilheteria: Terça a domingo, das 14h às 20h ou até o início do último espetáculo



Videos