By Claudio Erlichman. The production runs from July 19th through 27th at Theatro Municipal.
São Paulo, Brazil — Get ready for an extraordinary operatic experience at São Paulo’s iconic Theatro Municipal! From July 19 to 27, audiences will be treated to a unique double bill featuring works by two of the most influential composers of the late 19th and early 20th centuries: Giacomo Puccini (1858-1924) and Richard Strauss (1864-1949). This special program not only showcases their musical brilliance but also offers a profound reflection on the themes of war and peace.
For the first time in Latin America, the opera Friedenstag (Day of Peace) by Strauss will be performed, alongside a rare gem from Puccini, Le Villi (The Fairies). Both one-act operas are accessible to all audiences and together last approximately 170 minutes, including a short intermission. The performances will take place on various days, with ticket prices ranging from R$33,oo to R$210,oo.
Directed by André Heller-Lopes with musical conduction by Priscila Bomfim, this production promises a compelling visual and musical journey. The scenography is crafted by Bia Junqueira, with lighting design by Fábio Retti, costumes by Laura Françozo, and stage assistance from Ana Vanessa. The Municipal Choir, under Hernán Sánchez Arteaga’s baton, will also contribute to the powerful atmosphere.
The pairing of Puccini and Strauss might seem unusual at first glance—one Italian, the other German—but both are giants of opera, representing the pinnacle of their respective countries’ artistic achievements. Puccini’s Le Villi is a ballet-opera based on a legend similar to the story of Giselle, featuring enchanting melodies and a narrative rooted in folklore. Strauss’s Friedenstag, on the other hand, is an one-act opera with a libretto by Joseph Gregor (1888-1960), set during wartime, and making its Latin American debut here.
The cast features talented performers such as Rodrigo Esteves, Gabriella Pace, Eric Herrero, Johnny França, Daniela Tabernig, and Marcello Vannucci, who will bring these characters to life across different performances.
This double bill is more than just a concert; it’s a reflection on humanity’s conflicts and hopes, brought to life through the masterful works of two legendary composers. Whether you’re a seasoned opera lover or new to the art form, this production at the Theatro Municipal promises an unforgettable experience filled with emotion, artistry, and historical insight. Don’t miss this rare opportunity to witness a powerful dialogue between music, drama, and history!
Prepare-se para uma experiência operística extraordinária no icônico Theatro Municipal de São Paulo! De 19 a 27 de julho, o público será presenteado com uma sessão dupla única, com obras de dois dos compositores mais influentes do final do século XIX e início do século XX: Giacomo Puccini (1858-1924) e Richard Strauss (1864-1949). Esta programação especial não apenas expõe seu brilhantismo musical, mas também oferece uma profunda reflexão sobre os temas da guerra e da paz.
Pela primeira vez na América Latina, a ópera Friedenstag (Dia da Paz), de Strauss, será apresentada, juntamente com uma joia rara de Puccini, Le Villi (As Fadas). Ambas as óperas, em um ato, são acessíveis a todos os públicos e, juntas, duram aproximadamente 170 minutos, incluindo um breve intervalo. As apresentações ocorrerão em dias diferentes, com ingressos variando de R$ 33,00 a R$ 210,00.
Com direção de André Heller-Lopes e regência musical de Priscila Bomfim, esta produção promete uma envolvente jornada visual e musical. A cenografia é de Bia Junqueira, com iluminação de Fábio Retti, figurinos de Laura Françozo e assistência de palco de Ana Vanessa. O Coro Municipal, sob a regência de Hernán Sánchez Arteaga, também contribui para a atmosfera imponente.
.
A dupla Puccini e Strauss pode parecer incomum à primeira vista — um italiano, o outro alemão —, mas ambos são gigantes da ópera, representando o ápice das realizações artísticas de seus respectivos países. Le Villi, de Puccini, é um balé-ópera baseado em uma lenda semelhante à história de Giselle, com melodias encantadoras e uma narrativa enraizada no folclore. Friedenstag, de Strauss, por outro lado, é uma ópera em um ato com libreto de Joseph Gregor (1888-1960), ambientada em tempos de guerra e que estreia aqui na América Latina.
.
O diretor André Heller-Lopes explica a visão criativa por trás desta dupla produção: “Pensei em como conectar essas duas obras — uma ambientada no início da década de 1930, a outra no auge da guerra. A ideia era retratar Le Villi como um prelúdio para o conflito e Friedenstag como a própria guerra. Também incluímos um personagem, Roberto, um soldado, para conectar as histórias e os temas”.
.
Musicalmente, o contraste é impressionante. Priscila Bomfim destaca como as melodias de Puccini são líricas e narrativas, enquanto a orquestração de Strauss é densa e complexa, enfatizando o drama da guerra por meio de texturas orquestrais ricas e românticas. A produção também explora a mistura de balé e ópera em Le Villi, adicionando um elemento de dança que complementa a narrativa musical.
.
O elenco conta com artistas talentosos como Rodrigo Esteves, Gabriella Pace, Eric Herrero, Johnny França, Daniela Tabernig e Marcello Vannucci, que darão vida a esses personagens em diferentes performances.
Sobre As Fadas (Le Villi)
As Fadas (The Willis ou The Fairies), de Giacomo Puccini, marca a estreia do compositor no mundo da ópera, uma cativante obra em um ato que mistura lirismo italiano com lendas místicas. Com estreia em 31 de maio de 1884, no Teatro Dal Verme, em Milão, esta ópera-balé é inspirada no folclore centro-europeu e no famoso balé Giselle, compartilhando temas de amor, traição e vingança sobrenatural.
.
A ópera inspira-se na lenda das Vilas, espíritos de jovens traídas pelo amor, que se transformam em seres sobrenaturais vingativos. O libreto, escrito por Ferdinando Fontana (1850-1919), é baseado no conto Les Willis, de Jean-Baptiste Alphonse Karr (1808-1890). A história conta a história de uma jovem desolada pela infidelidade do amante, que se torna um espírito vingativo — um dos vilas —, forçada a dançar até a morte, punindo homens infiéis. Essa narrativa ecoa o enredo de Giselle, onde uma camponesa traída se torna um espírito em busca de vingança.
.
As Fadas foi a primeira incursão de Puccini no palco, criada como parte de um concurso organizado pela Casa Musicale Sonzogno, que buscava novas óperas italianas inspiradas em temas tradicionais. Embora a proposta de Puccini tenha sido inicialmente desclassificada devido a um manuscrito ilegível, apoiadores como o compositor Arrigo Boito (1842-1918) ajudaram a financiar sua primeira produção. A estreia foi um sucesso retumbante, com a crítica elogiando o talento promissor de Puccini. O telegrama enviado à sua mãe dizia: "O teatro lotou, imenso sucesso; expectativas superadas; dezoito convocações; o final do primeiro ato foi bisado três vezes". Incentivado por essa recepção, Puccini expandiu As Fadas no final daquele ano, aprimorando-a em versões subsequentes em 1885 e 1889, o que ajudou a consolidar sua reputação como uma estrela em ascensão na ópera italiana.
.
As Fadas apresenta influências de Amilcare Ponchielli (1834-1886), mentor de Puccini, apresentando uma atmosfera mística que a diferencia de suas obras posteriores e mais maduras. A música combina melodias líricas com orquestração dramática, capturando a intensidade sobrenatural e emocional da história. A atmosfera da ópera é quase sobrenatural, combinando elementos de balé e ópera para evocar a presença assombrosa dos espíritos.
.
A ópera explora temas de amor, traição e vingança, tendo como pano de fundo o folclore e o misticismo. O diretor André Heller-Lopes descreve os vilas como figuras semelhantes a bacantes — espíritos selvagens e extáticos —, borrando os limites entre as ideias contemporâneas e a lenda tradicional. Ele também se inspira no imaginário de Metrópolis (1927), de Fritz Lang (1890-1976), imaginando os vilas como seres meio humanos, meio metálicos, enfatizando suas qualidades sobrenaturais e modernas.
.
Embora As Fadas não tenha obtido sucesso inicial na competição, provou ser um trampolim crucial na carreira de Puccini. Os críticos reconheceram seu talento para contar histórias por meio da música, prenunciando a profundidade emocional e a riqueza melódica que definiriam suas obras-primas posteriores, como La Bohème e Madama Butterfly. Hoje, As Fadas permanece um vislumbre fascinante do estilo inicial de Puccini e seu fascínio por lendas e o sobrenatural.
.
Seja apresentado como um balé-ópera ou como peça independente, As Fadas continua a encantar o público com suas melodias assombrosas e temas atemporais de amor, traição e vingança — um testemunho duradouro da promessa inicial e do gênio criativo de Puccini.
Sobre Friedenstag (Dia de Paz)
Friedenstag (Dia da Paz), composta por Richard Strauss em 1938, é uma poderosa ópera em um ato que transmite uma profunda mensagem de esperança, reconciliação e sentimento antibélico. Com libreto de Joseph Gregor, a obra estreou no Teatro Nacional de Munique em 24 de julho de 1938 e foi dedicada à renomada cantora Viorica Ursuleac (1894-1985) e seu marido, o maestro Clemens Krauss (1893-1954).
.
A ópera foi inicialmente concebida como parte de um programa duplo, juntamente com a próxima colaboração de Strauss com Gregor, Daphne, a ser regida por Karl Böhm (1894-1981) em Dresden. No entanto, Friedenstag foi logo ofuscado pela eclosão da Segunda Guerra Mundial, que causou a interrupção das apresentações. Friedenstag nasceu da colaboração entre Strauss e o renomado escritor, dramaturgo e poeta judeu Stefan Zweig (1881-1942), que compartilhavam uma oposição comum ao crescente militarismo e antissemitismo do regime nazista. Zweig, que teve que fugir da Europa para o Brasil devido ao clima político opressivo, concebeu originalmente a ideia da ópera em uma carta a Strauss após seu encontro no Festival de Salzburgo em 1934. Embora Zweig tenha sugerido Gregor como um colaborador "seguro" para o libreto — visto que a obra anterior de Zweig com Strauss, Die Schweigsame Frau, havia sido proibida — a influência das ideias de Zweig permaneceu essencial à forma e à substância dramática da ópera.
.
Ambientada em uma fortaleza no sul da Alemanha no final da Guerra dos Trinta Anos, Friedenstag explora temas de esperança, paz e reconciliação em meio à desesperança.
.
Este programa duplo é mais do que um simples concerto; é uma reflexão sobre os conflitos e as esperanças da humanidade, trazidos à vida através das obras magistrais de dois compositores lendários. Seja você um amante experiente da ópera ou um novato nesta forma de arte, esta produção no Theatro Municipal promete uma experiência inesquecível repleta de emoção, arte e conhecimento histórico. Não perca esta rara oportunidade de testemunhar um poderoso diálogo entre música, teatro e história!
SERVIÇO
Óperas Double Bill | Le Villi – As Fadas, de Giacomo Puccini e Friedenstag – Dia de Paz, de Richard Strauss
Theatro Municipal - Sala de Espetáculos
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO LÍRICO MUNICIPAL
Sábado, 19/07, 17h
Domingo, 20/07, 17h
Terça-feira, 22/07, 20h
Quarta-feira, 23/07, 20h
Sexta-feira, 25/07, 20h
Sábado, 26/07, 17h
Domingo, 27/07, 17h
Priscila Bomfim, direção musical
André Heller-Lopes, direção cênica
Hernán Sánchez Arteaga, regente do Coro Lírico Municipal
Bia Junqueira, cenografia
Fábio Retti, design de luz
Laura Françozo, figurino
Ana Vanessa, assistente de direção cênica
Le Villi (As Fadas)* (70′)
Ópera-balé em dois atos de Giacomo Puccini com libreto de Ferdinando Fontana (70′)
*Edição crítica de Martin Desay (2020). Editor: Casa Ricordi srl, Milão representada por Melos Ediciones Musicales S.A., Buenos Aires
dias 19, 22, 25 e 27
Rodrigo Esteves, Guglielmo
Gabriella Pace, Anna
Eric Herrero, Roberto
dias 20, 23 e 26
Johnny França, Guglielmo
Daniela Tabernig, Anna
Marcello Vannucci, Roberto
Intervalo (20’)
Friedenstag (Dia de Paz)** (80’)
Ópera em um ato de Richard Strauss com libreto de Joseph Gregor
** By arrangement with B&H Music Publishing Inc. d/b/a Boosey & Hawkes, publisher and copyright owner.
dias 19, 22, 25 e 27
Leonardo Neiva, Comandante
Eiko Senda, Maria
Eric Herrero, Um Piemontese
dias 20, 23 e 26
Rodrigo Esteves, Comandante
Daniela Tabernig, Maria
Marcello Vannucci, Um Piemontese
Elenco único (todas as datas)
Sérgio Righini, comandante
Saulo Javan, Sentinela
Geilson Santos, atirador
Márcio Marangon, soldado
Daniel Lee, mosqueteiro
Rafael Thomas, corneteiro
Santiago Villalba, oficial
Jessé Vieira, oficial da linha de frente
Miguel Geraldi, prefeito
Leonardo Pace, prelado
Adriana Magalhães, mulher do povo
Classificação - Livre para todos os públicos
Duração aproximada - 170 minutos (com intervalo)
Ingressos: de R$33 a R$210 (inteira)
Programação sujeita a alteração.
Videos