by Claudio Erlichman. The recitals run from Sptember 19th through 27th, at São Paulo's Theatro Municipal.
São Paulo, Brazil — One of the 20th century’s greatest opera landmarks returns to life this September as Theatro Municipal de São Paulo stages George Gershwin’s (1898-1937) Porgy and Bess. The company will present an original, Brazilian-made production from September 19 to 27, inviting audiences on a journey through jazz-inflected lyricism, social yearning, and enduring human resilience. A groundbreaking new staging centered on representativeness, this edition of Porgy and Bess, with a libretto by DuBose Heyward (1885-1940), is staged in a new, Brazil-made production that foregrounds a predominantly Black cast. The initiative underscores Theatro Municipal’s commitment to diversity and representation in the performing arts. The production’s creative leadership pairs conductor Roberto Minczuk with stage director Grace Passô, reflecting a synthesis of musical precision and provocative storytelling.

Grace Passô, a distinguished dramaturg, theater director, filmmaker, and performer, leads the stage direction. The project is designed to parallel the American 1930s milieu Gershwin captured with contemporary Brazilian realities, according to Andrea Caruso Saturnino, the theater complex’s general superintendent. The rights process, though carefully regulated by Gershwin’s heirs, ultimately affirmed the project, signaling confidence in the production’s artistic intentions and its potential to bring fresh perspectives to a beloved classic.
A multifaceted operatic experience, Porgy and Bess blends jazz, folk, theater, and classical music to tell a story of struggle and love set in Catfish Row. Iconic numbers such as Summertime, My Man’s Gone Now, and I Got Plenty o’ Nuttin’ continue to speak across generations, underscoring the opera’s emotional depth and social sensitivity. The Brazilian staging is notable not only for its cultural specificity but also for its scale. The show runs approximately 230 minutes, including a intermission, with tickets ranging from R$33 to R$210.
The production features a unique vocal collaboration: the Porgy and Bess Chorus—a fusion of performers from The Municipal Lyric Choir, the Coral Paulistano, and guest artists—conducted by Maíra Ferreira. This ensemble promises a powerful, harmonically rich sound that has long defined the work’s sweeping musical landscape. An all-star cast will bring together established and emerging talents throughout the performances. Bass Luiz-Ottavio Faria plays Porgy in all performances. Latonia Moore sings the role of Bess on the 19th, 21st, and 27th, while Marly Montoni takes on the role on the 20th, 23rd, 24th, and 26th. On the 19th, 21st, 24th, and 27th performances, Bongani Kubheka plays Crown, Jean William will play Sportin' Life, and Bette Garcés will take on the role of Clara. On the 20th, 23rd, and 26th, the roles are played, respectively, by Davi Marcondes (Crown), Carlos Eduardo Santos (Sportin' Life), and Nubia Eunice (Clara). Michel de Souza (Jake) is part of the cast on all dates.
Porgy and Bess at Theatro Municipal is more than a revival of a landmark work; it is a contemporary interpretation that connects historical context with today’s social and cultural conversations. With Grace Passô’s direction and Marcelino Melo’s visionary set design—an homage to Afro-Brazilian imagination and urban memory—the production aims to illuminate the universal themes of love, dignity, and perseverance that continue to resonate with audiences around the world. Tickets are on sale now for performances through September 27, offering a luminous convergence of legacy and innovation in Brazil’s cultural heart.
Montagem reúne elenco de maioria negra e marca a estreia de Grace Passô na direção de ópera no Theatro Municipal. A ópera, que conta com o clássico Summertime, tem direção musical de Roberto Minczuk, coreografia de Mário Lopes e concepção cenografia de Marcelino Melo, conhecido como Quebradinha, tem estreia dia 19 de setembro.
Uma obra prima do teatro norte-americano, Porgy and Bess teve um começo bem agitado. Antes mesmo dos irmãos George (1898-1937) e Ira Gershwin (1896-1983) se tornarem parceiros de DuBose Heyward (1885-1940), Al Jolson (1886-1950) se mostrava interessado em transformar a peça Porgy, de Heyward num musical. É um dos quase acidentes da história, comparável a Shirley Temple (1928-2014) como Dorothy, em O Mágico de Oz ou Ronald Reagan (1911-2004) em Casablanca. Nem mesmo era a primeira ópera com o elenco todo preto: esta distinção coube a Four Saints in Three Acts, de Virgil Thomson (1896-1989). As críticas à produção original não foram nada boas, e não havia nem mesmo uma gravação com o elenco original. Quando o espetáculo foi remontado em 1942, parte da trilha sonora já era conhecida do público, e os críticos e o público aclamaram a obra. Porgy and Bess é a grande obra de Gershwin, a partir de um romance de DuBose Heyward publicado em 1926, transformado em peça teatral. Tanto Jerome Kern (1885-1945), Oscar Hammerstein II (1895-1960) e George Gershwin interessaram-se pelo tema, mas Gershwin levou vantagem ao propor transformar a história de uma comunidade negra do sul dos EUA numa verdadeira ópera. Gershwin deu às canções que compôs uma profundidade e uma expansão de alta emoção que foram o principal motivo de fazer desta obra um verdadeiro marco da música moderna, aplaudida mundialmente.
Porgy and Bess estreou na Broadway em 1º de outubro, de 1935, com 124 representações. Em sua forma original a ópera é uma novela escrita por DuBose Heyward. Dois anos depois de publicado o livro, o próprio autor e sua esposa Dorothy Heyward (1890-1961), fizeram uma adaptação para o teatro, e a peça estreou em 1927 com bastante sucesso. Seis anos depois George em colaboração com o autor e seu irmão Ira Gershwin, começou a trabalhar na composição da ópera, estreando em 1935, com um elenco só de negros, sendo que nenhum tinha experiência operística, más foram capazes de trazer uma nova dimensão à música, dando início à uma nova tradição, que pode ser definida como uma ponta, ou um traço de união entre o conceito tradicional da grande ópera com os ritmos afro-americanos. Novos artistas como Anne Brown (1912-2009) e Todd Duncan (1903-1998) foram capazes de desempenhos que deram aos papeis principais um nível de sentimento e vibração que penetrava profundamente nas plateias, ambos escolhidos pelo próprio Gershwin. Duncan (Porgy) foi descoberto em Washington onde lecionava música e Anne (Bess), filha de um médico de Baltimore, escreveu a Gershwin pedindo uma audição para um dos papeis do musical, e além da audição conseguiu também o papel principal.
A versão musical do romance de DuBose Heyward que se chama simplesmente Porgy é muito fiel à história original. Começa com o amanhecer em Catfish Row, em Charleston, Carolina Do Sul, onde se desenrolará a história dramática de Porgy, homem humilde e com uma deficiência física, da sedutora Bess, do ameaçador Crown e de Sportin’ Life, um melífluo traficante de cocaína. Pela primeira vez Gershwin fez todas as orquestrações, levando nove meses para isto, sendo que todo o trabalho de composição consumiu mais de 20 meses. A estreia da produção original foi tratada nos meios artísticos como um evento excepcional. Os principais jornais escalaram seus críticos de música e de teatro para avaliar o espetáculo. No entanto o público aparentemente não se interessou pelo musical, que nesta primeira montagem não foi um sucesso comercial, embora alguns solos e duetos como Summertime, It Ain't Necessarily So, Bess You Is My Woman Now, My Man’s Gone Now e I Got Plenty o’ Nuttin’ logo tenham-se tornado populares. Em 1942, novamente com Todd Duncan e Anne Brown nos papeis principais, o musical voltou à Broadway, numa produção mais despojada, que teve uma fluência de público muito maior que na produção original. Neste mesmo ano um elenco foi montado para percorrer os EUA, más o evento que consagrou definitivamente Porgy and Bess, só veio ocorrer no ambicioso projeto de 1952 que levou a ópera a ser apresentada durante quatro anos em 23 cidades dos Estados Unidos, Canadá e em 28 cidades da Europa, inclusive Moscou e Leningrado, além de Oriente Médio e da América Latina. O que mais impressionou na montagem original de Porgy and Bess foi o notável realismo com que o espetáculo foi encenado, mesclando perfeitamente as cenas de amor ardente e as de tristeza profunda, contrastando o terror e o suspense dos negros sitiados por um furacão, dentro de uma casa em ruínas, com a alegria inocente e desinibida de um simples piquenique. Porgy and Bess foi também responsável por alguns acontecimentos inéditos no teatro norte-americano: em 1976 a Houston Grand Opera a encenou no teatro Uris (atualmente o Gershwin Theater), na Rua 51, em Nova York. Foi a primeira vez após a estreia que um musical foi produzido em forma de ópera, como imaginada originalmente por Gershwin. Essa montagem foi a base para o “revival” de 1983, quando, de novo, pela primeira vez um trabalho dramático foi encenado no Radio City Music Hall, que teve os seus quase 6.000 lugares completamente lotados. Finalmente, em 1978, Porgy and Bess foi incluída no repertório da Metropolitan Opera de Nova Iorque, e ganhou definitivamente o seu status de composição clássica, que aliás, já lhe era devido desde a estreia. A versão cinematográfica em 1959 teve a direção de Otto Preminger, estrelando Sidney Poitier (Porgy), Dorothy Dandridge (Bess), Sammy Davis Jr. (Sportin’ Life) e Pearl Bailey (Maria), todos, com a exceção de Sammy, dublados por cantores líricos.
Agora, este marco da ópera do século XX ganha vida novamente em setembro, quando o Theatro Municipal de São Paulo apresenta a obra-prima de Gershwin. A companhia apresentará uma produção original, feita no Brasil, de 19 a 27 de setembro na Sala de Espetáculos, convidando o público a uma jornada pelo lirismo carregado de jazz, anseios sociais e resiliência humana. Uma encenação inovadora centrada na representatividade, esta edição de Porgy and Bess, é encenada em uma nova produção brasileira que privilegia um elenco predominantemente negro. A iniciativa reforça o compromisso do Theatro Municipal com a diversidade e a representatividade nas artes performativas. A liderança criativa da produção reúne o maestro Roberto Minczuk e a diretora cênica Grace Passô, refletindo uma síntese entre precisão musical e narrativa provocativa. Grace Passô, dramaturga distinta, diretora de teatro, cineasta e intérprete, comanda a direção cênica. O projeto foi idealizado para dialogar com o milieu americano dos anos 1930, capturado por Gershwin, com realidades brasileiras contemporâneas, segundo Andrea Caruso Saturnino, superintendente geral do complexo teatral. O processo de direitos autorais, embora cuidadosamente regulado pelos herdeiros de Gershwin, acabou tendo o projeto aprovado, sinalizando confiança nas intenções artísticas da produção e em seu potencial de trazer novas perspectivas a um clássico querido. Com uma base musical colaborativa, a produção apresenta uma parceria vocal única: o Coro Porgy and Bess — uma fusão de intérpretes do Coral Lírico Municipal, do Coral Paulistano e artistas convidados — sob a regência de Maíra Ferreira. Este elenco promete um som poderoso e ricamente harmônico, características que moldaram há muito o panorama musical da obra. Um elenco de estrelas ao longo das apresentações reunirá talentos consagrados e emergentes. O baixo Luiz-Ottavio Faria interpreta Porgy em todas as récitas. No papel de Bess, Latonia Moore canta nos dias 19, 21 e 27, enquanto Marly Montoni assume a personagem nos dias 20, 23, 24 e 26. Nas récitas dos dias 19, 21, 24 e 27, Bongani Kubheka interpreta Crown, Jean William será Sportin’ Life e Bette Garcés assume o papel de Clara. Já nas apresentações dos dias 20, 23 e 26, os papéis são interpretados, respectivamente, por Davi Marcondes (Crown), Carlos Eduardo Santos (Sportin’ Life) e Nubia Eunice (Clara). Michel de Souza (Jake) integra o elenco em todas as datas.
Uma experiência operística multifacetada Porgy and Bess entrelaça jazz, folk, teatro e música clássica para contar uma história de luta e amor que continua a dialogar com diferentes gerações, destacando a profundidade emocional da ópera e sua sensibilidade social. A encenação brasileira é notável não apenas pela especificidade cultural, mas também pela sua envergadura. O espetáculo tem duração aproximada de 230 minutos, incluindo intervalo, com ingressos entre R$33 e R$210 que já estão à venda para apresentações até 27 de setembro. Porgy and Bess no Theatro Municipal de São Paulo é mais do que uma reestreia de uma obra marcante; é uma interpretação contemporânea que conecta contexto histórico às conversas sociais e culturais de hoje. Com a direção de Grace Passô e o design de cenário visionário de Marcelino Melo, conhecido como Quebradinha, é uma homenagem à imaginação afro-brasileira e à memória urbana, onde a produção busca iluminar temas universais de amor, dignidade e perseverança que continuam a ressoar junto ao público mundial, oferecendo uma confluência luminosa entre legado e inovação no coração cultural do Brasil.
Serviço:
Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos
PORGY AND BESS,
de George Gershwin, com libreto de DuBose Heyward
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO PORGY AND BESS*
*Cantores do Coro Lírico Municipal, Coral Paulistano e convidados
19/09, sexta-feira, 20h
20/09, sábado, 17h
21/09, domingo, 17h
23/09, terça, 20h
24/09, quarta, 20h
26/09, sexta, 20h
27/09, sábado, 17h
Roberto Minczuk, direção musical
Grace Passô, direção cênica
Maíra Ferreira, regente do Coro Porgy and Bess
Marcelino Melo, concepção cenográfica
Vinicius Cardoso, projeto cenográfico
Wagner Antonio, design de luz
Mario Lopes, criação de movimento e coreografia
Guinho Nascimento, Malu Avelar e Veronica Santos, coreografos assistentes
Alexandre Tavera, figurino
Ana Vanessa, assistente de direção cênica
Luiz-Ottavio Faria, Porgy (todas as datas)
Latonia Moore, Bess (dias 19, 21 e 27)
Marly Montoni, Bess (dias 20, 23, 24 e 26)
dias 19, 21, 24 e 27
Bongani Kubheka, Crown
Jean William, Sportin’ Life
Betty Garcés, Clara
Juliana Taino, Serena
Edineia Oliveira, Maria
dias 20, 23 e 26
Davi Marcondes, Crown
Carlos Eduardo Santos, Sportin’ Life
Núbia Eunice, Clara
Zuzu Belmonte, Serena
Edna D’Oliveira, Maria
todas as datas
Michel de Souza, Jake
Elisete Gomes, Soprano Solo (Velório)
Mar Oliveira, Robbins
Mere Oliveira, Annie
Mikael Coutinho, Mingo / Nelson / Crab Man
Samuel Martins, Peter
Aline Serra, Strawberry Woman / Lily
Nathielle Rodrigues, Uma Mulher
Andrey Mira, Jim
Ádamo Oliveira, Frazier
Fúlvio Souza, Agente Funerário
Negravat, Scipio
Cena da Tempestade (Coro de solistas)
Elisete Gomes e Nathielle Rodrigues, sopranos
Mere Oliveira, Contralto
Samuel Martins, tenor
Andrey Mira, baixo
Atores:
Rodrigo Mercadante, Detetive
Washington Lins, Policial
Kaio Borges, Policial
Gustavo Lassen, Mr. Archdale
Felipe Venâncio, Legista
Malu Souza e Efraim Souza, filho de Clara e Jake
Bailarinos:
Allyson Amaral, Boogaloo Begins, Bruno Duarte, Caio Gabriel, Daniela Raio, Danilo Alves, Debora Vaz, Evandro Passos, Guidá, Guinho Nascimento, Pitbull, Rafa Araujo, Taísa Garcia, Tanisha Evy, Trindade, Willis.
Duração de aproximadamente 230 minutos, com intervalo
Classificação indicativa não recomendado para menores de 14 anos
Ingressos de R$ 33 a R$ 210
Mais informações disponíveis no site.
Videos