Nos últimos anos, Christiane Jatahy debruçou-se sobre a linguagem audiovisual. Em Julia, adaptação de Menina Julia de August Strindberg, o teatro transforma-se em cinema ao vivo. Com cenas pré-filmadas e cenas filmadas no momento, o filme é construído na presença do público. Entre o clássico e o contemporâneo. Entre o que pode ser visto e o que só pode ser entrevisto na presença real do ator e no enquadramento dos detalhes do cinema. A adaptação do texto traz também o conflito para o aqui e agora, no dia em que o público assiste à peça, e se pergunta quem são e como se relacionam Julia e Jean, hoje. Se Strindberg colocou uma lupa na relação de dois seres, Jatahy coloca uma câmara; presença e testemunho permanente, invadindo junto com o olhar do público esse encontro atual e urgente.